‘Quero ser o contraditório’, diz Arthur Virgílio ao solicitar entrada no Conselho da Amazônia

‘Quero ser o contraditório’, diz Arthur Virgílio ao solicitar entrada no Conselho da Amazônia

Sem representantes da Amazônia Legal, o conselho criado pelo governo federal com o objetivo de integrar as ações governamentais relacionadas à região pode contar com o primeiro representante do Norte do país nas próximas reuniões. O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, enviou carta ao presidente Jair Bolsonaro, solicitando a inclusão de seu nome para participar das próximas reuniões ordinárias do Conselho Nacional da Amazônia Legal. O pedido foi recebido pela presidência e encaminhado ao Ministério do Meio Ambiente para análise.

 “Pedi para participar, como ouvinte e debatedor, para expor a realidade amazônica sob a ótica de quem sabe de suas dificuldades. Quero ser o ponto contraditório em um Conselho que é composto por 14 ministros comandados pelo presidente e que não vão debater suas opiniões”, relatou Virgílio.

 O Conselho conta com a participação de ministérios e não tem representantes de órgãos e entidades com atuação direta na proteção do meio ambiente, das populações tradicionais que compreendem os povos indígenas, os quilombolas, pescadores e ribeirinhos, o que, para o prefeito de Manaus,  acaba fragilizando o debate.

 “Se eles querem mesmo levar a Amazônia a sério, eles têm que debater com quem convive a realidade local, pois é inadmissível que prefeitos e governadores de cidades que formam a Amazônia Legal não façam parte de um Conselho que implementa políticas públicas para as suas regiões. Além disso, tem que entrar órgãos competentes, que atuam em defesa da Amazônia, para poder ter um debate correto e poder ter uma chance de alterar o ponto de vista equivocado que o presidente e seus ministros têm sobre a nossa região”, defendeu Arthur.

 Protagonizando debates quanto à preservação da Amazônia ao longo de seus mais de 42 anos de vida pública, Arthur Virgílio Neto tem se posicionado duramente contra as propostas econômicas federais que estimulam o agronegócio e a exploração de terras indígenas.

 “Não sou contra o agronegócio, o modelo só não serve para minha região. Digo não ao agronegócio na Amazônia e não ao garimpo em terras indígenas”, afirmou Virgílio. “É ilusão acreditar no desenvolvimento da região, que não seja aliado a sua preservação. É uma grande tolice, um crime contra o planeta”, completou.

 De acordo com o decreto presidencial, o Conselho Nacional da Amazônia  é formado por um colegiado composto por: chefe da Casa Civil da Presidência da República, pelos ministros da Justiça e Segurança Pública, da Defesa, das Relações Exteriores, da Economia, da Infraestrutura, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, de Minas e Energia, da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Regional, além do chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, da chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República e o chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

 

 

LuizArmando

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