Plantar a Lua

Plantar a Lua

Plantar a lua é um ritual da era paleolítica e que vem sendo retomado cada vez mais nos últimos anos. As mulheres de antigamente ( ancestrais), em seu momento de lua (menstruação), se recolhiam todas juntas, por terem o ciclo regulado, em um lugar que chamavam de tenda vermelha.

Nesse lugar só era permitido a entrada de mulheres, pois elas se colocavam de cócoras, permitindo que o sangue da menstruação escorresse de seu cálice sagrado até banhar a terra.

Para as mulheres, esse ato era um momento sagrado em que elas tinham a oportunidade de liberar tudo o que aconteceu em seu último ciclo e podiam se purificar, renovar.

Era também o período em que recebiam as instruções necessárias da Grande Deusa para que tivessem um próximo ciclo próspero e abundante. Nessa época, as mulheres eram muito respeitadas por sua sabedoria e magia.

Os homens ainda não tinham consciência na sua participação para a gestação de uma mulher, então elas eram consideradas verdadeiras Deusas uma vez que, de repente, apareciam com uma grande barriga e, muito em breve, dariam a luz a um outro ser!

Na tenda vermelha, as mulheres teciam sobre seus saberes, partilhavam, cantavam e faziam rituais. Por isso, acredita-se que a menstruação para a mulher é o momento da anciã, sua magia está transbordante, sua sabedoria grita e seu poder de contato com o divino está totalmente aberto

A profecia das Índias Lakotas diz que quando as mulheres deixaram de devolver seu sangue à terra, os homens tiveram que começar a matar. Então, iniciou-se a matança de animais e as guerras para que o derramamento de sangue suprisse a necessidade de nutrientes.

Quando todas as mulheres voltarem a devolver o seu sangue à terra, a profecia diz que acabará a necessidade do sangue derramado pela violência.

Cada cultura, local e mulher tinha um ritual diferente para essa prática que é chamada de PLANTAR A LUA. A relação das mulheres com o seu sangue era algo muito sagrado. Com a evolução social, esse processo introspectivo (e, muitas vezes, demorado) se tornou mais difícil.

Com isso, as mulheres começaram a usar os paninhos (que hoje são chamados  de absorventes de pano). Ainda nesse primeiro período, quando encharcavam, as mulheres enxaguavam com água do rio e despejavam aquela água com sangue de volta na terra.

Passado ainda mais um tempo, já entrando na era neolítica, muitas mudanças aconteceram a nível político, social e cultural. As mulheres perdem a sacralidade para seu povo, o sangue se tornou algo nojento.

Nos tempos atuais, a indústria farmacêutica entra com a proposta dos absorventes descartáveis, prometendo mais “higiene” e praticidade. Os céticos podem intitular de coincidência, mas foi a partir dessa transição que a mulher começou a perder sua conexão com a natureza externa e interna, e tornando seu processo de lunar algo desagradável, nojento e estressante..

Menstruar, é importante lembrar, vem da palavra mês (calendário gregoriano), quando na verdade o ciclo menstrual é de 28 dias, ou seja, lunar. O correto mesmo, seria lunar e não menstruar.

No momento presente as mulheres estão vivendo um movimento forte do retorno do Sagrado Feminino. Com isso, começaram a retomar algumas práticas ancestrais e a possibilidade de voltarem  a se conectar com à Deusa interior, compreender as emoções, sintonizar com a espiritualidade e respeitar seus corpos!

Plantar a lua é um ritual cíclico de agradecimento, de desprendimento, de purificação, de encerramento de ciclo, de conexão com a Grande Mãe!

Quando estão lunando (menstruando) é o momento que as mulheres estão fechando um ciclo, o sangue representa o desprendimento de tudo aquilo que foi vivido ao longo daquela lunação.

Plantar a  lua  leva as mulheres para uma conexão maior com a Deusa, desperta o poder intuitivo,  relembra dos poderes ancestrais, nutre as plantinhas, e trás um momento único de se ajoelhar à terra e AGRADECER.

É sabido que mulheres que plantam a lua acabam por regular sua menstruação, pois se está presenteando a terra com nutrientes. Como resposta, a Deusa cuida para que seu ciclo esteja sempre em sintonia com a natureza.

LuizArmando

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