Lei amazonense institui o Dia e a Semana Estadual do Hip Hop
Surgido nas periferias do Bronx, em Nova York, durante a década de 70, o Hip Hop é um dos movimentos da cultura preta mais influentes da história, combinando rap, break dance e arte grafite. Para homenageá-lo e difundi-lo como forma de integração e reintegração social, a Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALEAM) aprovou a Lei nº 6.592/2023, que decreta 12 de novembro como o “Dia e a Semana Estadual do Hip Hop”.
Originalmente como Projeto de Lei (PL) nº 596/2023 do deputado Adjuto Afonso (União Brasil – AM), o decreto reconhece sua importância sociohistórica, seus estilos musicais de origem afrodescendentes, suas diversas modalidades artísticas e considera o Hip Hop como ferramenta de integração e reintegração social.
Em alusão ao Dia Mundial do Hip Hop, a lei permite a realização de palestras, debates sobre políticas públicas, oficinas, campeonatos artísticos e educativos, festivais, manifestações culturais e divulgação de trabalhos realizados nas diversas modalidades artísticas do movimento.
Outro destaque é a revogação da Lei nº 4.142/2015, que previa o “Dia e a Semana Estadual do Hip-Hop Galera Nota 10”. O novo decreto é comemorado por diversas partes da sociedade amazonense, inclusive pela Associação Intercultural de Hip Hop Urbanos da Amazônia (AIHHUAM).
Segundo Maykon Andrade, representante do Nativos Crew, a Lei é resultado da inquietação social coletiva, uma vez que o Amazonas ainda não possuía um mecanismo consolidado para celebrar o movimento cultural
“O Hip Hop comemora, mundialmente, 50 anos e 40 anos a nível nacional. Não tínhamos uma lei que resguardasse e garantisse nossos direitos. Então, surgiu a proposta [de Lei], a partir do coletivo Nativos Crew e através do deputado Adjuto Afonso, que prontamente abraçou a causa”, destaca.
Ainda segundo Maykon Andrade, “a cultura do Hip Hop é muito importante para a história do Amazonas, pois está presente em várias periferias, comunidades e bairros. Lá existe a cultura Hip Hop”.
Em meio ao Regime Militar, o movimento chegou ao Brasil na década de 80, inicialmente em São Paulo e se consolidou como uma forma de expressão artística, cultural e política da juventude periférica. Alguns dos nomes fundamentais da época são Nelson Triunfo, Thaíde e DJ Hum.
Na cidade de Manaus são mais de 40 anos de cultura de rap, graffiti, breaking/street dance, DJs e MCs, valorizando a autoestima da população preta e marginalizada, protagonizando temas de pesquisas acadêmicas e se transformando em um caminho alternativo à violência e à falta de informação. Adriano Art96, Maico MDM, Ulisses, Miguel Maia, DJ Carapanã, DJ Tubarãoe Mano FK figuram entre os pioneiros, mas nomes da nova geração já são destaque na música regional e nacional. Entre eles, Jander Manauara, Kurt Sutil, Lua Negra e as irmãs Lary Go & Strela. Já no Breaking temos nomes como Pufh, Rex, Tchantcho, Vivi, Drika e Josy.