Festival de Teatro de Curitiba teve perfomance-ritual de cura ‘Ühpü’

Festival de Teatro de Curitiba teve perfomance-ritual de cura ‘Ühpü’

Após duas semanas de uma avalanche artística, chega ao fim a 32ª edição do Festival de Curitiba. Durante 14 dias a capital foi tomada por espetáculos de teatro, dança, circo, humor, musicais, eventos gastronômicos, shows, palestras, oficinas, lançamentos de livros e performances artísticas.

O maior e um dos mais importantes eventos das artes cênicas da América Latina reuniu grandes nomes do teatro nacional e ofereceu uma programação ampla e diversa, com direito a estreias nacionais e espetáculos premiados.

Mais de 300 atrações ocuparam cerca de 60 espaços culturais e puderam ser vistas também em municípios da região metropolitana como AraucáriaCampo LargoSão José dos PinhaisCampina Grande do Sul e Pinhais.

Teatros lotados, sessões extras e recorde de venda antecipada dos ingressos marcaram a edição. A estimativa da organização é que o festival deste ano atraiu público de cerca de 200 mil pessoas.

A Mostra Lúcia Camargo contou com 23 espetáculos – todos tiveram ingressos esgotados. O Fringe trouxe 285 espetáculos, sendo mais de 100 gratuitos e boa parte com ingresso pelo sistema Pague Quanto Vale, cuja contribuição é espontânea e direta ao artista.

A programação incluiu atrações de 14 estados, das cinco regiões do país, e também da Argentina, Peru, Chile e Bolívia.

O eixo amazônico, um dos diferenciais desta edição, trouxe quatro espetáculos de companhias da região Norte do país, e um dos espetáculos chamado de perfomance-ritual de cura ‘Ühpü,’aconteceu dentro da Mostra Lucia Camargo, a performance-ritual “Ühpü”. Foi, uma cerimônia indígena, tradicional do povo tukano, transplantada diretamente do coração da floresta até o Festival de Curitiba, as  sessões aconteceram nos dias 6 e 7 de abril, respectivamente, sempre às 20h30 e 19h, no Museu Paranaense.

 

“Fizemos poucas adaptações, a cerimônia que vocês viram, foi quase a mesma que acontece na mata”, garantiu Bu’ú Kennedy Ye’pá Mahsã, artista plástico, palestrante e curandeiro, responsável por conduzir a liturgia e diretor da peça

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A apresentação foi incubada dentro do Grupo de Pesquisas e Extensão Tabihuni, coordenado pelo professor Luiz Davi Vieira Gonçalves, da Universidade do Estado do Amazonas. “Eu sempre pensei em como aproximar a arte de cena dos indígenas, mas sem folclorizar.”

Para isso, o caminho foi ter pensado  em termos de “performance-ritual”.  Foi  uma experiência. Não foi como decorar um texto e representar”, explicou o professor. Foi um encontro com a espiritualidade, com a nossa essência, o nosso eu.

 

 

 

 

 

Nascido no Amazonas, no município de São Gabriel da Cachoeira, considerado o mais indígena do Brasil, Bu’ú Kennedy, que hoje vive em São Paulo, precisou vencer resistências antes de levar as tradições de seus ancestrais para uma audiência ampla. ” Eu acredito muito que a arte é o caminho pra levar a nossa cultura ao público em geral.”

 

A peça“Ühpü – Performance-ritual”, que tem a duração de 50 minutos tem a seguinte Ficha Técnica:

Direção: Bu’ú Kennedy Ye’pá Mahsã
Assistente de Direção: Txana Bake Huni Kuin
Elenco: Bu’ú Kennedy Ye’pá Mahsã, Txana Bake Huni Kuin, Thatiane Porto, Ton Brasil, Dara Campos, Ney O Virgem, Thalita Olímpio e Luiz Davi Vieira.
Coordenação de Produção Artística: Luiz Davi Vieira Gonçalves
Produção: Ana Carolina Souza
Fotos: César Nogueira e Alonso Júnior

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LuizArmando

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