FENÔMENO OU FARSA? Os mistérios e as polêmicas dos círculos nas plantações
Os agroglifos também são conhecidos como círculos ingleses, por terem aparecido pela primeira vez na Inglaterra a partir de 1978. Inicialmente como círculos simples, foram se sofisticando com o tempo, incorporando e combinando mais formas geométricas. Geraram toda uma cultura de pesquisas e várias explicações: emissões de plasma, sinais de sociedades secretas e, claro, mensagens enviadas por vida extraterrestre.
Em 1991, dois ingleses de Southampton, Doug Bower e Dave Chorley, vieram a público afirmar que eram os responsáveis pelos círculos ingleses ao longo de 15 anos, esmagando os cereais com ferramentas como barras de ferros ou placas de madeira amarradas com cordas. Mesmo assim, os relatos de novos achados persistiram. Até hoje, houve informes de pelo menos 20 mil agroglifos em cerca de 60 países. Carl Sagan, um dos astrônomos mais famosos do século 20 e cético com relação aos avistamentos de óvnis. resumiu em seu livro O Mundo Assombrado pelos Demônios (Companhia das Letras, 1995): “Muitos têm ouvido falar dos pictogramas nos grãos de cereais e de sua alegada conexão com os UFOs, mas lhes dá um branco quando se mencionam os nomes de Bower e Chorley ou a própria ideia de que toda a história não passa de uma brincadeira”.
Brincadeira ou não, os desenhos começaram a surgir no Brasil em 2008, centralizados em duas cidades do sul e suas imediações: Ipuaçu (SC), a 520 quilômetros de Florianópolis (sempre entre meados de outubro e de novembro), e Prudentópolis (entre o fim de setembro e o começo de outubro). Conforme Gevaerd, os agroglifos do país são semelhantes aos europeus. Geralmente aparecem em plantações de trigo, aveia, cevada, soja e canola – e, mais raramente, em cultivos de feijão e milho. Os caules das plantas surgem dobrados de maneira uniforme e organizada, em sentido horário ou anti-horário, dando origem a imensos desenhos. Gevaerd diz que, apesar das críticas constantes, hoje físicos de renome vêm estudando o fenômeno, como os americanos Michio Kaku e John Brandenburg e o indiano Amir Goswami.
As características dos agroglifos, como a presença de magnetismo e eletromagnetismo e a precisão como as plantas são dobradas, não permitem a dedução de que sejam feitos por seres humanos. Há um conjunto de características que nos asseguram que são fenômenos artificiais e inteligentes. E, uma vez que não são feitos por seres humanos, a dedução é de que são feitos por outras inteligências, mais possivelmente extraterrestres.