Dia Mundial do Hip Hop: movimento foi das ruas à academia em Manaus
A comemoração dos 50 anos da fundação do Hip Hop em 2023 faz deste dia 12 de novembro, instituído como o Dia Mundial do Hip Hop, ainda mais especial. A cultura urbana surgiu nos guetos de Nova York como alternativa à violência das periferias, característica que foi reproduzida em todos os lugares onde o Hip Hop chegou.
Em Manaus, onde o Hip Hop já contabiliza 40 anos de existência, não poderia ser diferente. A cultura – formada pelo Rap, Grafite, DJs, MCs e Street Dance – também chegou à capital como expressão periférica de valorização da autoestima dos jovens, colocando as ideias e a expressão artística como alternativa à violência e à falta de informação, acabando por se tornar tema de pesquisas acadêmicas.
Surgido nas periferias da capital, mas encontrando local fértil para suas manifestações também no Centro da cidade, o Hip Hop em Manaus saiu das ruas e ganhou a academia, indo parar nas universidades, levado por integrantes que se tornaram acadêmicos.
É exatamente esse o caso de Richard Adriano de Souza, também conhecido como Adriano Art96, ou simplesmente Art. Pioneiro no Movimento Hip Hop Manaus (MHM), Art foi um dos líderes do movimento de 1997 a 2013.
O breakdancer Art se tornou acadêmico e lançou recentemente o livro “Hip Hop Manaus Anos 80, Uma Cultura de Rua e Popular”, fruto de sua dissertação de Mestrado em História Social, defendida na Universidade Federal do Amazonas.
O registro, além de relembrar a trajetória do movimento e seus integrantes pioneiros, também traça um panorama socioeconômico de Manaus ao longo dos anos em que a cultura Hip Hop se instalou na cidade.
“Quis mostrar a complexidade de uma cidade isolada geograficamente, situada no coração da Amazônia, mas ao mesmo tempo vibrante, urbana e cheia de contrastes. Através do Hip Hop, explora esses bolsões de pobreza cercados por ilhas de prosperidade, e como essa arte se tornou uma voz para muitos jovens”, afirma Adriano “Art”.
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