A Cura da Floresta – Arte e Xamanismo dos Povos Originários

A Cura da Floresta – Arte e Xamanismo dos Povos Originários

Hoje começa   no  Centro de Medicina Indígena o evento A Cura da Floresta em sua 3 edição, que fica na rua Bernardo Ramos 97  no centro. O evento vai acontecer nos dias 15 e 16 (sexta e sábado) das 9h às 16h. O evento vai ter Roda de Conversa e palestra com   Arte de Cura com Bu’ú Kennedy  , Ivan Tukano e Carla Dessana a partir das 10h.Vai ter muita música a partir das 15h com o DJ Th Moraes e performance com Dani Maresia. A exposição de arte vai ter início as partir das 9h e vai estar presente também o melhor  da Culinária Indígena.

Um dos palestrantes , Bu’ú Kennedy (1978, Alto Rio Negro, Brasil) pertence ao povo Ye’pamahsã, conhecido como Tukanos, do Clã Üremirin Sararó – Fátria Patrilinear do povo Ye’pamahsã da Amazônia. Divide seu nome, atribuído tradicionalmente ao homem de vida curta e brava, com o “tucunaré”, peixe encantado dos rios amazônicos. Curandeiro onça, Bu’ú integra uma linhagem de praticantes de bahsese, formas de benzimento ancestral. Para se tornar, também, um Yaí wá (onça), seguindo o caminho ancestral, ele passou por uma série de iniciações rituais para tornar-se apto ao exercício da função. Além da prática artística, Bu’ú atua pelo Brasil afora na missão de atender pessoas doentes, fazer cerimônias e organizar parcerias para projetos voltados para a salvaguarda e promoção de conhecimentos dos povos indígenas, defendendo sua cultura, assim como o meio ambiente para garantir a manutenção das futuras gerações.

Sua produção visual está baseada, principalmente, na marchetaria, técnica que aprendeu na Escola de Artes do Instituto Dirson Costa, a qual frequentou entre 2005 e 2007. A técnica baseia-se na justaposição e encaixe de lâminas de madeiras diferentes, para formar paisagens, motivos e símbolos. As composições de Bu’ú apresentam grafismos, cores e representações provenientes de sua cultura, revelando-nos o potencial da arte na configuração de conhecimentos sobre o mundo e sociedade. Além de sua produção visual, o artista também dirige e escreve peças teatrais, como Sapo Taro Bekê (2006), Tui-Sá Kumurõ (2009), e Ensinamento do Beija Flor (2010). Em 2011, atuou como coordenador do ponto de cultura no projeto Casa das Culturas Indígenas, em Cotia, Brasil.

Aos 22 anos de idade, Bu’ú se mudou para Manaus e, posteriormente, para São Paulo, onde atualmente vive. Participou de exposições coletivas, incluindo: Ritos e alegorias da natureza, na Zipper Galeria, em São Paulo, Brasil (2023); Moquém_Surarî: arte indígena contemporânea, no Museu de Arte Moderna (MAM-SP), em São Paulo, Brasil (2021);  Bienal Continental das Artes Contemporâneas Indígenas, em São Paulo, Brasil (2011). Em 2009, realizou sua primeira exposição individual intitulada, Artes Indígenas do Amazonas, na Casa da Cultura, em Itaguaí, Brasil. Possui obras nos acervos do Museu do Índio, no Rio de Janeiro, Brasil; e em instituições na China, Alemanha e França.

 

LuizArmando

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